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MERGULHADOR

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Mergulhadores da Armada - Carreira de Sucesso

 

 

 

POEMA AO HOMEM-RÃ

   Sou feliz por ter nascido no

   Tempo dos homens-rã

   Que descem ao mar perdido

   Na doçura das manhãs.

 

   Mergulham, imponderáveis,

   Por entre as águas tranquilas,

   Enquanto singram, em filas,

   Peixinhos de cores amáveis.

 

   Vão e vêm, serpenteiam,

   Em compassos de ballet.

   Seus lentos gestos penteiam

   Madeixas que ninguém vê.

 

   Com barbatanas calçadas

   E pulmões a tiracolo,

   Roçam-se os homens no solo

   Sob um céu de águas paradas.

 

   Sob o luminoso feixe

   Correm de um lado para outro,

   Montam no lombo de um peixe

   Como no dorso de um potro.

 

   Onde as sereias de espuma?

   Tritões escorrendo babugem?

   E os monstros cor de ferrugem

   Rolando trovões na bruma?

 

   Eu sou o homem. O Homem.

   Desço ao mar e subo ao céu.

   Não há temores que me domem

   É tudo meu, tudo meu.

 

                         António Gedeão